segunda-feira, janeiro 30, 2006

Desculpas...

...a quem por aqui passa e apanha com os milhares de erros que aqui escrevo. Muitas vezes escrevo e acabo por não ter tempo de rever o que escrevo. Mais tarde, vou a ver e se a vergonha matasse, este blog já não seria actualizado há muito tempo.

domingo, janeiro 29, 2006

CAVEIRA, Linda Martini e Loosers @ Caixa Económica Operária

Segundo dia do festival "Um dia a caixa vem abaixo". E neste dia actuaram CAVEIRA, Linda Martini e Loosers.
CAVEIRA a abrir. Aquele barulho já não é estranho. Não foi o melhor concerto deles. Mas ainda assim é impossível não sentir vontade de saltar para o palco e fazer barulho também. É música libertadora. E é bom.
Linda Martini fizeram um concerto muito parecido com o que vi há semanas atrás no Santiago Alquimista, no entanto na altura pareceu-me muito melhor. Neste achei, verdade seja dita, secante. Tivessem tocado menos meia hora e teria sido um bom concerto. Assim ficou pelo mediano.
Loosers, foram outros que me desiludiram. Tinham me encantado há coisa de um mês e meio na Zdb, com sons tribais, orientais e mais não sei o quê, mas desta vez também não passaram do mediano. Concerto que começou com Tiago Miranda a andar/dançar no meio do público, trazendo ainda mais à ideia a associação índia de que tanto se fala, coisa que indicava um bom começo. Mas não foi. A coisa perdeu-se logo a seguir, mas ainda assim a tempo de conseguir um dos melhores momentos da noite, lá para o meio, com uma secção de guitarradas a abrir e em perfeita cadência - não sei se percebem, eu, se lesse isto também não percebia, mas a verdade é que não me lembro de nenhuma expressão para descrever o que ouvi, pelo que inventei e soou-me bem.
Para concluir, desejo a melhor sorte do mundo à promotora Conta-Gotas. É continuar, cambada.

Lemur, Ölga e Bypass @ Caixa Económica Operária

Dia 27, estreia nesta coisa de concertos duma nova promotora, a Conta-gotas. E que bela estreia foi, com alguns dos nomes mais entusiasmantes da nova música portuguesa. E que bela sala é a Caixa Económica Operária. Pequeno clube recreativo à moda antiga, com dois andares. O piso superior, onde funcionava o bar, tinha umas das melhores vistas para um palco, de que tenho memória.
Quanto aos concertos, no primeiro dia tivemos Lemur, Ölga e Bypass. Lemur, não entusiasmou por aí além. Rock instrumental, sem grandes inovações, não que sejam sempre necessárias ou obrigatórias, mas neste caso talvez fosse necessário mais um truquezito.
Ölga, grande concerto. Belas composições, na sua maioria instrumentais e que ganharam muito devido a uns teclados deliciosos e um baixo potente, a fazer lembrar os bons velhos tempos dos Pixies.
Nunca tinha ouvido Bypass, apesar das boas críticas aos concertos. Nota-se que já andam nisto há algum tempo e que são muito bons instrumentalmente. As canções não são imediatas, pelo que não é fácil dizer só por um concerto se estão ali boas canções. Pareceu-me que sim, mas não fiquei totalmente convencido. Pelo que só posso dizer que pareceu-me uma banda bem coesa, com tudo no sítio. O futuro dirá mais, pois pelos vistos o primeiro disco será editado dia 5 de Maio, do presente ano. Aguarda-se, sem expectativas.

Corações de atum @ ZDB

Na passada quinta-feira, dia 26, regresso de um dos projectos mais engraçados de Manuel João Vieira, o já eterno candidato a candidato a presidente da república, os Corações de Atum. Banda de jazz vocal ligeiro e claro, como não poderia deixar de ser, brejeiro. E como também é hábito, em MJV, começou tarde e a más horas. Já passava da meia-noite, quando MJV, chegou e com uma má noticia, tinha perdido a capa com as letras das músicas, pelo que tinha de improvisar a maior parte do tempo. Coisa que levou à saida de letras bem estapafúrdias e engraçadas, que tivesse isto sido escrito no próprio dia, eu ainda conseguia colocar aqui algumas, mas agora já não me lembro. Tocaram cerca de uma hora, parando para um intervalo de meia hora, aproveitado para alguns ensaios e adaptações de última hora. Coisa que se veio a revelar compensadora, pois as canções ganharam outro fôlego, com letras pensadas e apropriadas. Pecou depois por prolongar demasiado o concerto, tanto que eu, eram duas da manhã, pôs-me a andar para casa. Os Corações de Atum continuaram a bater.

Nevou em Lisboa...

...e eu não vi nada. Mas não me arrependo, estava a comer um belo de um arroz de pato, que me fez esquecer que lá fora estavam 0 graus - ou próximo disso. Só espero que o próximo nevão não demore outros 50 anos para acontecer outra vez.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Vicious 5, D3Ö e dj set de Paulo Furtado @ Clube Mercado

Mais uma noite Kid City Rockers, mais uma bela de uma farra. Lotação esgotada para ver as duas bandas. Os Vicious 5 estão cada vez melhores. As canções já são clássicos e bem conhecidas do público. Coisa que não é de admirar, aqueles refrões colam-se aos ouvidos. Pena que haja gente no mosh que não sabe se comportar, agredindo e magoando várias pessoas. Enfim.
D3Ö, é rock'n'roll clássico, sem grandes artifícios, mas sempre eficiente. Melhores do que da última vez que os vi - penso que em Outubro na ZDB- e mais a abrir.
Para rematar esta noite de concertos, que tinha começado umas boas horas antes na ZDB com o projecto Estilhaços, Paulo Furtado entrou a matar com a sua selecção de discos pondo toda a gente, sem excepção, a dançar e a suar. Como convém, claro.

Estilhaços @ ZDB

Adolfo Lúxuria Canibal e António Rafael. Adolfo lê e António toca. Adolfo lê prosas suas do livro "Estilhaços" editado há coisa de um ano, um ano e picos, e que reúne escritos de cerca de 25 anos. António toca piano e inventa sons no sintetizador para as palavras de Adolfo. Pertencem ambos aos Mão Morta. E foi o melhor concerto que já vi este ano. Por não saber o que sairia dali, pelas palavras do Adolfo, pela música criada, pelas imagens que eram projectadas...Um momento único e que devia ser repetido. O primeiro passo para isso, será comprar o livro - os concertos também fazem vender livros. O próximo passo, não depende de mim, mas era bom que estas canções fossem editadas em disco.

Damo Suzuki + CAVEIRA @ ZDB

Damo Suzuki pertenceu aos grandes Can, grupo alemão do ínicio dos anos 70. Grupo que gravou obras-primas como o Tago Mago, Eye Byamsi e Future Days - disco que nunca ouvi, diga-se. Actualmente, encontra-se a efectuar uma digressão ad-eternum. Anda sozinho por esse mundo e vai convidando e tocando com músicos locais. Nesta passagem por Portugal - a segunda, parece-me - os escolhidos foram os CAVEIRA. E sobre o concerto, pergunta quem lê. Mediano. Os CAVEIRA para poderem acompanhar Damo Suzuki durante cerca de duas horas, tiveram de comprometer o seu som, tornando-o não tão agressivo como geralmente é. Ainda assim, é sempre agradável sentir aquela energia toda. Damo Suzuki, repetiu-se muito. Quer liricamente - aqui é o menos, não era isso que realmente importava-, quer nas melodias que criava. Não trouxe grande inovação ao som que os CAVEIRA produziam. Às tantas, fiquei cansado e dirigi-me para o bar. Segundo muito boa gente, os últimos vinte minutos a que não assisti, foram os melhores.

Caché


Nada a esconder, em português. Pequena sinopse, um casal relativamente estável começa a receber gravações video feitas à porta de casa. A sensação de perigo leva-os a apresentar o caso à policia que ignora completamente. Com o desenrolar do filme, a estabilidade do casal é posta à prova, tornando-se depressa no foco principal, mas sempre com a ameaça de perigo a pairar no ar. Concluindo, um filme complexo e psicológico com um final inesperado - quer dizer, agora já não é...- e que levará a muitas discussões e conversas à saída do cinema. Antes de acabar, nunca é demais dizer que a Juliette Binoche é uma das mulheres mais bonitas do cinema. E não só.

Wade Matthews + Patek @ Trem Azul

A convite de um amigo, dirigi-me no passado dia 17 (terça-feira) à loja Trem Azul, loja especializada em jazz, e que fica situada no Cais do Sodré. Devo dizer que nunca tinha entrado nesta loja, apesar de por lá já ter passado centenas de vezes. Apesar do jazz um som que convida à descoberta, não tenho sido grande aventureiro nessa área. Pelo que não sabia bem ao que ia. Mas também não me fez mal nenhum, muito pelo contrário. É sempre enriquecedor. E fiquei a conhecer melhor uma nova loja onde gastar dinheiro.
Passando aos concertos, a primeira parte foi feita por um grupo liderado por Wade Matthews, Ernesto e Guilherme Rodrigues e mais um rapaz, cujo nome não me lembro. Tocaram cerca de uma hora, num registo calmo começando com pequenas notas soltas e silêncios e depois crescendo até estarem todos em sintonia. Em mente, ficou o violoncelo de Guilherme Rodrigues que por vezes parecia planar sobre todos os sons, unindo-os. Quer dizer, acho eu.
Na segunda parte, tocaram o Patek Trio, trio este que foi acompanhado por Wade Matthews. O som deste grupo foi completamente diferente da primeira parte, sendo um jazz mais dado à improvisação e com muito mais energia. Nota especial, ao homem do saxofone, simplesmente, avassalador.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Manta Rota + Sei Miguel @ ZdB

Sábado, primeiros concertos do ano na Zdb. E começou bem com casa composta. O que significa que as saudades já eram mais que muitas e que a ZDB é actualmente o sítio onde as coisas acontecem. E começou logo bem, com Manta Rota, colectivo com elementos de várias bandas portuguesas. Com um teclado, muita percurssão e algumas guitarras com efeitos criaram um som que era quase hipnótico, quando os músicos encontravam-se e faziam a canção crescer. É só pena saber que há coisas que provavelmente nunca mais se repetem. Quanto a Sei Miguel, foi estranho. Há ali uma deconstrução de todo o jazz, com regras, é certo. Mas que eu ainda não entendo. Cada músico toca para si, Sei Miguel tenta tocar por cima de todos, orientando, mas não muito. É engraçado, mas um bocadinho. E como vários amigos meus disseram, agoniante. Talvez para a próxima eu consiga entender melhor o que é aquilo.

P.S.:Ò Coroneu, devias ter entrado na ZdB em vez de ficares à janela. Até era gajo para te pagar uma cerveja :)

Linda Martini + God is an astronaut @ Santiago Alquimista

Começou a nova época de concertos na sexta-feira passada. O palco escolhido para a rentrée foi o Santiago Alquimista com nova gerência e cerveja mais barata. E começou bem com Linda Martini, mas acabou mal com os God is an astronaut. Eu explico. Ou, pelo menos, tento. Linda Martini, que praticam um rock lento, com tendência para a explosão, têm boas canções, como a "Severa" (com uma guitarra a fazer lembrar a guitarra portuguesa) e "Estuque" e têm um vocalista com uma voz que é um misto de Rui Pregal da Cunha (Heróis do Mar) com Manel Cruz (Ornatos Violeta), ou melhor canta com a voz do Rui mas da maneira do Manel. Ah e têm uma baixista gira, o que segundo a tradição indie só pode sair coisa boa.
God is an astronaut, é um rock instrumental lento, pesado, com uns teclados manhosos e completamente banal. Têm ar de metaleiros, mas mais valia que o fossem na música também. Valeu pelas imagens de filmes antigos que apresentaram durante o concerto.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

A descida



Relata a história de um grupo de amigas que se decidem a explorar umas cavernas, um ano após uma delas, Sarah, ter tido um acidente onde perdeu o marido e a filha. O objectivo da líder da expedição é trazer uma nova vida a Sarah, explorando cavernas que ainda não são conhecidas com o propósito de reclamar para si a descoberta, facto que omite às colegas. Mas, como bom filme de terror que é, as coisas só podem correr mal. E correm. Primeiro, ficam perdidas e depois não estão sozinhas.
Bom filme de terror, com muitas cenas claustrofóbicas e desconfortáveis. Não esquecendo ainda a parte gore, não recomendada a gente facilmente impressionável.

Reis e Rainha



História de uma mulher (Nora) e de um homem (Ismael) que em tempos foram amantes, e agora têm percursos diferentes, mas que voltam a interceptar-se. Ela está prestes a casar com um outro homem, tem o pai doente e sente-se incapaz de cuidar do filho. Ele está cheio de dívidas ao fisco, tem tendências suicidas e tenta provar que não é maluco, após ter sido internado num manicómio. O filme desenrola-se em torno destas personagens e no facto da mulher querer que o homem adopte o filho dela.É um filme em duas partes, tanto na história como nas emoções que gera. Resumindo, duas horas e meia de bom cinema europeu com boas interpretações, principalmente pela parte do actor principal.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Anónima Nuvolari @zdb

Para concluir o mês de Dezembro em termos de concertos, aqui fica referido mais um, o dos Anónima Nuvolari. Grupo constituído por músicos italianos residentes em Portugal e «provenientes de diferentes experiências musicais, os quais se juntaram com o objectivo comum da recuperação e valorização do património musical italiano na sua vertente mais alegre e dinâmica.» Cantam basicamente canções populares italianas de autores como Renato Carosone, Fred Buscaglione, Adriano Celentano, Paolo Conte e Vinicio Capossela, nomes estes que, com excepção de Paolo Conte, eram estranhos para mim. O resultado é que até conhecia algumas das canções ouvidas.
Noite muito divertida e com uma das maiores enchentes, de que tenho memória, na Zdb. E pronto, fica tudo dito em relação aos concertos de Dezembro passado. Venha 2006!!

Braço + Organ Eye @ Zdb

Outro dia de concertos que ficou por referir, também em meados de Dezembro. Os Braço são portugueses. São compostos por um membro dos CAVEIRA e outro dos Fish & Cheap. Neste concerto, estavam acompanhados por um angolano nas vozes. Praticam um som à base de percurssões com muitos loops, com ritmos por vezes tribais. As peças musicais devem exceder os 20 minutos cada, mas ao contrário do que se possa pensar, não são cansativas. São até mesmo hipnóticas. A ver desenvolvimentos.
Os Organ Eye é uma joint venture entre dois músicos australianos e um português. Também, têm peças musicais longuissimas, mas estas acabam por cansar. Começaram com os primeiros 2 segundos do venus in furs dos Velvet Underground e prolongaram-no por cerca de 10 minutos. Depois, partiram para uma área mais próxima do rock dos Spacemen 3, mas logo cansaram também. Eu, entretanto, fui para o bar. Não havia mais disposição. Talvez noutro dia, tivesse sido melhor.

Mécanosphère @ Instituto Franco - Português

Isto já foi em meados de Dezembro, no entanto, para que não fique esquecido, faço aqui uma pequena referência, visto que foi um dos concertos mais violentos que vi em termos de actuação dos músicos. Exemplo, por pouco, o Adolfo Lúxuria Canibal não ficava com uma baquete(!?) de bateria enfiada num olho.
A música dos Mécanosphère é feita de crescendos que levam à explosão, sempre com a voz quente e poderosa do Adolfo a narrar textos escritos por ele e não só. Realmente intenso.
Quando saí do concerto, não sabia o que pensar, se tinha gostado ou não. Agora, visto à distância de um mês, tenho saudades de um concerto assim.

Primeiro grande filme de 2006



Janeiro já não é o mesmo se não estrear um novo filme de Woody Allen. Desta feita trata-se de Match Point. Filme este, que não desaponta nada. Já tinha gostado do melinda & melinda, mas este bate aos pontos. Tem um argumento ao nível dos melhores dos anos 70 e que cresce exponencialmente lá para o fim. Uma verdadeira tragédia à moda antiga com pequenos apontamentos de humor e que no fim nos deixa surpeendidos, mas com um sorriso traquinas na cara.
Para quem não sabe, o filme conta a história de um tenista irlandês que vai para a londres tentar a sua sorte. E é sobre isso mesmo que o filme trata, da sorte. E pronto, vão ver, é o primeiro grande filme de 2006.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

E lá se entrou em 2006...

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