terça-feira, julho 25, 2006

De quinta a sábado, sempre a rock'n'rollar...

Foi um pouco assim o meu fim de semana passado. Teve tudo para ser um dos melhores fins de semana do ano. Não foi, não poderia ser, porque a vida não é só música, mas isso são outras rezas. Mas, musicalmente, não me posso queixar. Começou na quinta com o concerto de Pixies no Pavilhão Atlântico. A segunda vez que os vi. No primeiro fiquei quase em estado de choque com o concerto. Era um sonho realizado. Neste foi a confirmação que os Pixies serão sempre uma das melhores bandas do mundo. Mesmo que continuem a fazer digressões intermináveis sem editar qualquer tema novo. Que grande concerto deram. Tocaram cerca de hora e meia, já com encore, e fizeram desfilar duas mãos cheias de canções que continuam a soar tão bem como da primeira vez que as ouvi. Sem quaisquer palavras dirigidas ao público e sem compromissos, apenas com um sorriso aqui e ali, tal e qual como se gosta de ver uma banda rock tocar. O alinhamento esteve mais voltado para os primeiros três discos da banda, ao passo que do Bossanova só tocaram o Is she weird e do Trompe le Monde, tocaram o U - Mass, o Subbacultcha e o Planet of Sound. Faltaram tantas, mas é impossível sair insatisfeito depois de ver uma banda destas. Na primeira parte, tocaram os Vicious 5. Já não os via há uns largos meses e parece-me a mim que estão cada vez melhores, sempre com muita energia e com canções enormes, como é o caso de Bad Mirror.

Mas a quinta não acabou com Pixies, mas continou com os blues da Nobody's Bizness no Catacumbas. Blues estes que me enchem, e que mais que nunca na noite de quinta, encheram-me a alma. Que voz que a Petra tem!!! Enorme!! Não me canso de dizer isto! E o Luís a tocar guitarra!! Mágico!! Juro! E isto para não falar dos restantes músicos! Todos eles muito, mas muito bons, mesmo. Para quem não conhece, é obrigatório fazer o download do disco da Nobody's Bizness, aqui. Oiçam e depois digam-me lá se tenho ou não razão. That night Nobody's Bizness saved my life!

Na sexta-feira, a música foi outra vez a protagonista principal, mas desta vez o ritmo africano, nomeadamente o da Guiné Bissau, é que ditou as regras. E o artista encarregue de o mostrar foi Kimi Djabaté, guineense a viver em Lisboa. Começaram numa toada mais calma dando protagonismo aos balofons, mas depois com a entrada de um baixista, de um tocador de kora, de mais um percurssionista, do primo cantor e da bela cantora italiana, foi a desbunda total, sempre com aquele ritmo e ambiente que nos transporta para terras africanas. E durante 3 horas só apeteceu dançar e mexer as ancas sem pensar em mais nada. Mas o melhor era olhar para o palco e deixar-se contagiar pelo sorriso, honesto e de quem adora o que faz, dos músicos. O mundo não está perdido!
Ainda sobre o concerto, só houve uma parte chata, quando o primo cantor, resolveu dar uma de maestro, obrigando os músicos a tocar solos com pouco ou nenhum nexo. Mas, pode-se sempre por a culpa no calor e nas cervejas.

Finalmente, Sábado. Strokes, pela primeira vez em Portugal, no terraplano de Santos. Gosto muito do primeiro disco, o Is this it. Gosto do segundo, também bastante, mas mais moderadamente que o primeiro. O terceiro, foi o que ouvi menos vezes. Não por ser um disco mau, longe disso, mas porque quando saiu, devia estar mais interessado noutros sons, apesar de ter algumas das minhas canções preferidas deles. Admito, que já não ia com grandes expectativas para o concerto, pois tudo o que tinha ouvido ao vivo deles, soava-me muito mais fraco que em disco. Enganei-me. Ao vivo, é uma máquina bem oleada, com as guitarras a rasgar tudo, com um vocalista com ar e voz de drogado e pose de estrela, e com os restantes músicos sempre na sua, como se tivessem a tocar para si, como se não houvesse mais ninguém ali, e ainda por cima agradecemos essa indiferença. Mas o mais importante são as canções. E essas resistiram e até, atrevo-me a dizer, melhoraram ao vivo. Impossível não saltar quando tocam o last nite, ou quando tocam o you only live once. O concerto durou hora e meia. E não foi preciso mais para sair com um sorriso do recinto.
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