segunda-feira, julho 31, 2006

Sines e FMM forever!!

Agora, mais recuperado do fim de semana que passou, já consigo escrever mais umas palavrinhas sobre os últimos dias em Sines. E posso começar por dizer isto: foi provavelmente o melhor festival a que já fui! Não se espantem, foi mesmo!!

Sines é uma cidade pequena, acolhedora, com gente muito simpática e prestável. É a terra onde Vasco da Gama nasceu. Mas acabei por não conhecer muito da cidade, pois reparti o meu tempo entre a praia e os concertos. Tem uma praia agradável, que parece ter fama de água suja, graças ao porto e às refinarias, mas é mais fama que proveito. Pelo menos, não detectei nada de especial. A única coisa chata é a temperatura da água, mas pronto, quem me manda a mim estar habituado às águas quentes do Porto Santo.



Vista do lado direito do castelo para o porto, sempre com o Vasco da Gama a olhar para o mar.



A praia, onde se passaram muitos dos bons momentos dos últimos dias.

Passando aos concertos. A quinta-feira começou com um grande concerto dos Gaiteiros de Lisboa. Nunca me desiludem. Continuam a inventar melodias novas e a soar sempre bem. As canções novas parecem-me estar com uma sensibilidade mais pop - se é que se pode dizer isto - mas o toque dos Gaiteiros continua lá. Depois, seguiu-se o trio Abou-Khalil. Confesso que em certas alturas bocejei. Apresentou um concerto mais virado para o jazz, que porventura teria sido melhor acolhido da minha parte se estivesse sentado e concentrado. No entanto, depois da festa que foi o concerto de Gaiteiros, parar era coisa que não queria. Irei vê-los e dar-lhes outra oportunidade quando cá vierem novamente, pois ainda houve, a espaços, momentos mesmo muito bons.
Para fechar os concertos de quinta no castelo, o mestre da kora, Toumani Diabaté! E que belo concerto deu, concerto este baseado essencialmente no maravilhos novo disco, Boulevard de l' independance. E ainda teve tempo para uma pequena aula de kora, onde mostrou por que é considerado o mestre da Kora. A noite continuou com o concerto dos finlandeses Almaailman Vasarat junto à praia. Do heavy metal com violoncelos a música dos balcãs, houve de tudo. Muito bom, também. Depois disto, não havia corpo para aguentar mais.

Sexta-feira. Depois de um dia de praia para recuperar da noite anterior, a noite de concertos começou com Nuru Kane. Música do norte de África, com um baixo potentíssimo - ou um instrumento parecido com isso - e uma batida que puxava ao pézinho de dança. Infelizmente, a hora de jantar aproximava-se e não pude assistir ao concerto todo. No entanto, é o único concerto de que disponho de fotografias.



Após o jantar, regresso ao castelo para mais concertos. Entrei já perto do fim do concerto da Farida, uma senhora iraquina, dona de uma potente voz que nos transporta para as Arábias e de um sorriso que nos faz acreditar que o bem um dia há de prevalecer. Que pena tenho de não ter assistido ao concerto todo! De seguida, entrada em palco para os Bad Plus, trio norte-americano de jazz, que soube conquistar o público com o seu jazz bem disposto e por algumas versões de temas pop. O concerto seguinte foi o de Trilok Gurtu, percurssionista indiano. Mas o escriba andou perdido entre idas à casa de banho e ao bar, pelo que pouco se lembra do concerto do homem. Para finalizar a noite, Tony Allen, um dos mestres do afrobeat. No entanto, o concerto não passou do mediano, não havendo assim nada a destacar.

Chegamos assim à última noite, a de Sábado. Dia um pouco complicado devido ao elevado número de pessoas que se encontrava essa noite em Sines. Durante o dia houve problemas de comunicações, não havendo rede de telemóvel, nem multibancos. Não percebo o que aconteceu, mas não será dificil de descobrir e não me parece que a causa tenha sido o elevado número de pessoas. No entanto, essa foi a causa para enormes esperas para jantar, o que ainda trouxe alguns incómodos a bons amigos meus. Os concertos começaram com Mariem Hassan e com os seus blues do deserto. Que voz, a mulher tem! Mais um grande concerto, mais uma grande surpresa! Pormenor engraçado, o guitarrista principal, falava português com uma fluência espantosa.
De seguida, e como já era hábito cheguei atrasado ao primeiro concerto da noite para ver as Värttinä. No entanto, pelo que ouvi cá de fora pelo ecran não me soava mal, muito por culpa das belas vozes cheias de melodia das cantoras.
Depois, veio um dos momentos altos do festival com os Cordel do Fogo Encantado. Grupo brasileiro com fortes influências psicadélicas, um vocalista endiabrado e letras enormes de tão lindas. Para quem quiser ouvir alguma coisa deles, basta ir ao site dos rapazes aqui. Tem lá canções para sacar. Uma das minhas preferidas é o "Chover" do primeiro disco. E depois do furacão que foi o Cordel, veio outra tempestade com o concerto de Seun Kuti. Muito parecido com o pai e com a banda do pai, mostrou como o afrobeat é das músicas mais excitantes e dançantes de sempre. Arrasou, por completo, fechando assim o festival no castelo. Festival este que continuou junto à praia com Ivo Papasov e a sua Wedding Band, que deu um concerto fraquinho, ao contrário do que se esperava pelo que se tinha ouvido durante a tarde. Foi um bom momento para aproveitar para comer, beber e ganhar forças para a grande festa que foi o Bailarico Sofisticado. Que conseguiram por largas centenas de pessoas aos pulos e a transpirar por todo o lado! Do ca-ra-lho!! Mesmo!!!

Para concluir, as últimas palavras e as mais importantes, vão para os amigos que estiveram comigo nestes últimos dias e que partilharam comigo estes momentos todos e mais alguns que vou guardar para mim num cantinho especial do coração: com amigos assim é fácil ser feliz! Obrigado! Adoro-vos!
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