quarta-feira, outubro 06, 2004

Receitas da avó - Pão caseiro

Retomando o que comecei aqui e continuei por aqui, aqui vai mais uma das receitas da minha avó. Desta vez uma receita de pão. Uma das coisas que recordo com maior carinho da minha infância, eram os Domingos de manhã, quando acordava - e não tinha de ir para a catequese - e sentia um bafo vindo da cozinha com um cheirinho a pão acabado de fazer. Hoje em dia é das coisas que me faz mais falta quando estou em Lisboa. Isso e o picadinho de carne, também ao Domingo de manhã. O que vale é que todos os meses tenho a possibilidade de voltar à Madeira e reviver esses bons tempos, com excepção do picadinho. Enfim, tradições que se vão perdendo.
De tanto ver minha avó fazer pão, acabei aprendendo. É esse fruto da observação que vou registar aqui. Nunca fiz. Mas estou tentado a isso. E este escrito é apenas um primeiro passo para pôr todos os procedimentos em ordem. O passo seguinte será fazer mesmo com as orientações de minha avó. E só depois disso fazer uma tentativa completamente sem rede.
É muito fácil fazer pão, pelo menos parece. Os ingredientes são poucos e não exige muita técnica. O que exige é força. Força para amassar a massa. Para um bom pão caseiro, deve-se ter farinha de trigo, batata doce, fermento, água morna e sal. Primeiro de tudo, deve-se cozer a batata doce. Cozê-la com casca até ficar bem cozida. Depois, retiram-se as cascas e esmigalha-se bem num recipiente bem largo. E começa-se a amassar, juntando aos poucos a farinha. À medida que vamos amassando, e a farinha e as batatas vão se misturando, podemos ir adicionando o fermento. Minha avó recomenda e eu aconselho a seguir fielmente estes conselhos, a juntar dois pacotes de fermento para pão, para dois quilos de farinha e um de batata doce. E, continua-se a amassar, mas agora adicionando água morna com sal. E amassa-se bem. Amssa-se muito. Até ficar no ponto. O ficar no ponto, neste caso, quer dizer, que a massa deve ser uma , una e pegajosa. Quanto mais pegajosa, melhor. Quando a massa estiver nesta fase, deve-se deixar a massa levedar. Mas antes de deixá-la a levedar deve-se fazer uma cruz por cima da massa. Sempre pensei que esta cruz fosse uma questão de fé, mas descobri há bem pouco tempo que não é. É mesmo para ver o quanto a massa levedou. Como, ainda não percebi, mas depois actualizo isto quando for à Madeira. Passando ao levedar, propriamente dito, este consiste em deixar a massa repousar, para o fermento começar a actuar. Uma hora é suficiente para tal. Após a levedação, chegou a hora de levar a massa a cozer. Divide-se a massa em pães mais pequenos. E leva-se ao forno. Pelo menos uma meia hora. Após esta meia hora, dar uma olhadela e verificar se o pão está cozido. A partir de agora é um processo iterativo. Se não estiver, deixa-se mais um bocadinho a cozer. Se o pão estiver cozido, é tirar, deixar arrefecer um bocadinho, barrar com muita manteiga e comer. E repetir. Outra e outra vez. Fácil, não é?
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