segunda-feira, janeiro 04, 2010

Alinhamento do concerto de Bruce Springsteen no MSG a 7 de Novembro

Thundercrack
Seeds
Prove It All Night
Hungry Heart
Working On A Dream

The Wild, The Innocent and the E Street Shuffle
The E Street Shuffle
4th of July, Asbury Park (Sandy)
Kitty's Back
Wild Billy's Circus Story
Incident on 57th Street
Rosalita
New York City Serenade

Waiting On A Sunny Day
Raise Your Hand
Does This Bus Stop at 82nd Street
Glory Days
Human Touch
Lonesome Day
The Rising
Born To Run

Wrecking Ball
Bobby Jean
American Land
Dancing In The Dark
(Your Love Keeps Lifting Me) Higher and Higher (with Elvis Costello)

“O único patrão a quem dou ouvidos”

Era o que se lia numa das muitas t-shirts que enchiam o Madison Square Garden na noite do passado dia 7 de Novembro de 2009. E para muita gente, eu incluído, era perfeito que assim pudesse ser.

2009 está a ser o meu ano Springsteen. Surgiu disco novo e eu praticamente completei a discografia do senhor. Acompanho-o desde que ouvi uma fabulosa interpretação da Trapped, original de Jimmy Cliff, numa cassete do projecto “USA for Africa”, em meados dos anos 80. Nessa versão Bruce Springsteen deu à canção um tom arrastado e arrepiante mas em que nada adivinhava a explosão que surgia no refrão. Era e deve continuar a ser a melhor coisa que está nessa cassete. A partir daí, começou a minha devoção ao Boss, tentando sempre acompanhar tudo o que fazia, coisa que nem sempre foi fácil, principalmente no princípio dos anos 90, quando lançou alguns discos mais fracos.

No entanto, faltava vê-lo ao vivo, onde as suas actuações surgiam em relatos alheios como míticas e lendárias. Oportunidade essa que ainda não tinha surgido... até agora! E que melhor espaço que o Madison Square Garden em plena Nova Iorque? E foi assim que no dia 7 de Novembro me dirigi pelas seis da tarde para o já referido edifício, entre a sétima avenida e a 33ª rua, para finalmente ver um dos meus heróis ao vivo.

As portas abriram às seis e meia da tarde e apesar de no bilhete vir anunciado o início do espectáculo para as sete e trinta, só às 20h35m, é que as luzes se apagariam para dar início ao concerto. Até lá, houve tempo mais que suficiente para fazer um estudo sociológico detalhado sobre os comportamentos dentro da sala, coisa que fui fazendo levemente até porque havia cerveja de garrafa para me entreter até ao inicio do concerto. Cerveja e muito mais, sumos, águas, pipocas, algodão doce, amendoins, um autêntico mercado ambulante. A sala, à medida que se aproximava da hora, ia enchendo na sua grande maioria com quarentões e cinquentões. Será importante mencionar também a grande quantidade de espanhóis presentes, facilmente identificáveis pela bandeira do seu país que ostentavam numerosamente.

Chegada a hora, as luzes apagam-se e para minha surpresa, TODA A GENTE, sem excepção, se levanta para saudar o patrão. E ele não se faz rogado, começa logo a abrir com uma enorme Thundercrack, apresentada como um outtake. De seguida, toca a Seeds e logo depois a primeira canção facilmente reconhecida pelo público: Prove it all Night. Após esta música acontece o primeiro momento alto da noite com a Hungry Heart a ser cantada pelo público como já é norma desde que a canção foi editada, mas com a diferença que é entre o público que também se encontra Bruce Springsteen em perfeito crowd surfing, conseguindo assim atravessar um terço da sala até ao palco. Não é para todos!

Pouco depois, vieram as primeiras palavras ao público e com elas a grande surpresa da noite: iam tocar pela primeira vez o disco “The wild, the innocent and the e-street shuffle” (de 1973) na íntegra ao vivo. E é com o afinar da voz e o levantar da batuta, literalmente, que o Boss dá inicio a uma excelente revisitação a um dos seus melhores discos, contanto para tal com uma secção de cordas, uma de sopros e praticamente todos os músicos envolvidos na gravação do disco. E assim se passou uma hora em que percorreu todos as canções do referido disco, com destaque para Kitty’s Back, Rosalita, (durante as quais vi cinquentões a dançar como se estivessem a combater moinhos feitos verdadeiros Dom Quixotes), e para uma sublime New York Serenade capaz de levar o autor destas letras às lágrimas.

E depois de uma hora a tocar um dos seus melhores discos, quando já ninguém pensava que havia alguma coisa capaz de superar o que tinha acabado de acontecer, temos ainda umas extraordinárias Waiting on a Sunny Day, com a participação de uma criança da audiência, uma Raise your Hands capaz de colocar o Madison Square Garden inteiro com as mãos no ar, uma Rising terrivelmente emocionante e uma Born to Run apocalíptica, terminando assim o concerto.

No entanto nem o Boss nem a banda chegam a sair do palco, fazem apenas uma pausa para agradecer à boca do mesmo e o encore começa logo de seguida. Wrecking Ball é o novo tema escrito a propósito da demolição do estádio dos Giants e é o Boss de volta às grandes canções. E é o tema perfeito para iniciar a festa que se anuncia no encore. Segue-se uma Bobby Jean cantada pelo mundo inteiro e uma American Land com um Springsteen a vestir a pele de um Shane Macgowan mas ainda mais Shane que o próprio Shane e que faz o público sair das bancadas e procurar espaço para dançar. Para continuar a dança, não poderia faltar Dancing in The Dark, com o patrão a dançar com uma rapariga da assistência, tal como sempre se viu nos vídeos e que não ficava bem se aqui faltasse. Por último, o grande Elvis Costello sobe ao palco para cantar com Springsteen, uma versão estendida, e muito bem estendida, do clássico do soul, Higher and Higher de Jackie Wilson. Final perfeito!

Não foi o alinhamento desejado, mas o alinhamento com que eu sonhava era impossível de concretizar. Ainda assim, foi um concerto no seu todo perfeito, uma verdadeira celebração feita por uma das maiores e mais coerentes estrelas rock de sempre, que com 60 anos vive cada minuto como se fosse o último. E neste caso foram 180 minutos. Mais uma vez, não é para todos! 10/10!

terça-feira, dezembro 30, 2008

Umas listinhas de discos para quebrar a pasmaceira em que este tasco se tornou...

Lista nacional:

1-Mão Morta - Maldoror
2-Tiago Guillul - IV
3-Gala Drop - Gala Drop
4-Foge Foge Bandido - Não fui eu que estraguei/O amor dá-me tesão
5-Buraka Som Sistema - Black Diamond

Lista internacional:

1-Vampire Weekend - Vampire Weekend
2-Arthur Russell - Love is overcoming me
3-Gang Gang Dance - Saint Dymphna
4-Bon Iver – For Emma, Forever Ago
5-Spiritualized - Songs in A & E
6-Silver Jews - Lookout Mountain, Lookout Sea
7-The Dodos - Visiter
8-David Byrne & Brian Eno - Everything That Happens Will Happen Today
9-El Guincho - Alegranza
10-Animal collective - Water Curses
11-Fleet Foxes - Fleet Foxes
12-Evangelista - Hello, Voyager
13-Beach House – Devotion
14-Fennesz - Black Sea
15-High Places - High Places
16-Jonathan Richman - Because Her Beauty Is Raw and Wild
17-No Age – Nouns
18-Paavoharju - Laulu Laakson Kukista
19-Patti Smith & Kevin Shields - The Coral Sea
20-Why? – Alopecia

segunda-feira, novembro 24, 2008

Quebra-se aqui a paz que reina neste blog...

...para dizer que finalmente vi ao vivo a melhor banda de rock dos últimos tempos:

quinta-feira, agosto 07, 2008

Uma das melhores canções de sempre?

Sem dúvida. A canção é a I ain't got no/ I got life. Foi popularizada pela Nina Simone, mas é um original escrito para o musical Hair. No YouTube encontram-se algumas versões. Deixo aqui esta prestação que me arrepiou.

Ain't got no home, ain't got no shoes
Ain't got no money, ain't got no class
Ain't got no skirts, ain't got no sweater
Ain't got no perfume, ain't got no beer
Ain't got no man
Ain't got no mother, ain't got no culture
Ain't got no friends, ain't got no schooling
Ain't got no love, ain't got no name
Ain't got no ticket, ain't got no token
Ain't got no God
What about God?
Why am I alive anyway?
Yeah, what about God?
Nobody can take away
I got my hair, I got my head
I got my brains, I got my ears
I got my eyes, I got my nose
I got my mouth, I got my smile
I got my tongue, I got my chin
I got my neck, I got my boobs
I got my heart, I got my soul
I got my back, I got my sex
I got my arms, I got my hands
I got my fingers, Got my legs
I got my feet, I got my toes
I got my liver, Got my blood
I've got life , I've got my freedom
I've got the life
And I'm gonna keep it
I've got the life
And nobody's gonna take it away
I've got the life

quinta-feira, julho 31, 2008

Caetano também bloga!!

A bem dizer, não é bem ele! É um tal de Hermano Vianna, que criou um blog chamado "Obra em Progresso", que basicamente documenta e acompanha o processo criativo de Caetano Veloso nos últimos tempos. Mas não é um mero acompanhamento de fã, o blog tem muita participação do próprio Caetano. E quando digo, muita, é muita mesmo. Vale a pena ir espreitando.

Primeiro apontamento sobre o concerto de Leonard Cohen, (quase) duas semanas depois do concerto.

Em concerto, este ano haverá dificilmente um outro momento como o que vivi quando Leonard Cohen cantou a Hallelujah. Foi de uma intensidade tremenda. Naquele momento, imediatamente antes do refrão, quando o mestre mostra porque é que é o mestre e mostra o poder todo da voz que Deus lhe deu, arrepiei-me todo. Inesquecível.

Se arrependimento matasse...

Estava eu ontem a dizer que o novo motor de busca era muito mais eficiente que a concorrência e logo à primeira pesquisa, mais difícil, que fiz, recebi logo como resposta «0» resultados. É o que dá confiar na publicidade.

quarta-feira, julho 30, 2008

Não esquecer...

...de agradecer ao Vítor por ser um gajo atento e ter noticiado que está disponível para sacar um CD-R do El Guincho, aqui.

Há novo motor de busca na área...

...e parece que procura em mais sites e é bem mais rápido que a concorrência. A apresentação dos resultados da pesquisa também ganha pontos aos outros. Chama-se CUIL. E eu acho que fiquei cliente.

terça-feira, julho 29, 2008

Uma das melhores canções de sempre...

...People get ready dos Impressions. Foi escrita pelo Curtis Mayfield. E já foi cantada por muito boa gente.
Contextualizando, em Sines, comprei um disco ao vivo do Terry Callier, que digo desde já que é uma bomba do caraças* e onde vinha uma versão da People Get REady. Versão esta de um minuto apenas e muito jazzy e que levou-me a um outro tempo onde ouvi pela primeira vez esta canção. Foi na versão do Jeff Beck e Rod Stewart. Adorava esta canção e principalmente o video, coisa de que já só me lembro de algumas imagens, tipo Jeff Beck sentado a tocar guitarra com o comboio em andamento. Mas, pronto, também não quero recordar mais do que isso. Não quero estragar as boas memórias que tenho na cabeça. Mas voltando à canção, a versão do Terry Callier juntamente com as memórias do passado, deixaram-me com água na boca e fui à procura de outras versões e do original que nunca tinha ouvido. E olhem, encontrei!!! Está aqui ** e até estão com sorte, pois entre as versões que encontrei não está a do Jeff Beck, que comparada com estas é um bocado azeiteira, diga-se. E digo isto com pesar, afinal, foi com eles que a conheci.


* Quando disse que o disco era uma bomba do caraças, é que é mesmo uma bomba do caraças. Um soul pesado e alguns temas com mensagens muito fortes.

** A versão do Al Green, infelizmente, não está disponível.

segunda-feira, julho 28, 2008

Indiana Jones IV, a desilusão

É com pena que digo que saí desiludido do filme. Antes da estreia, estava ansiossíssimo para ver o filme. Depois, fui baixando as expectativas conforme ia lendo comentários sobre o filme aqui e ali. Por fim, ao cabo de quase dois meses depois da estreia, lá fui ver o filme já sem nenhuma expectativa e ainda por cima consegue desiludir.
E o que me desiludiu?
Não foi a personagem em si. O Harrison Ford faz aquilo melhor do que ninguém. Os outros actores também não são maus. Se bem que a personagem do filho do Indiana, conseguiu irritar-me com o seu feitio.
Mas o pior do filme reside mesmo na parte mais importante do filme, o argumento. Bem sei que a idade não é a mesma, mas nos filmes anteriores uma pessoa saía do filme com aquela sensação de que também tinha vivido aquelas aventuras e que ser arquéologo era ter a melhor profissão do mundo. E, loucura, até chegava-se a acreditar na história. Neste, isso infelizmente não aconteceu. Saí com a sensação que foi um argumento mal amanhado, sem profundidade nenhuma e definitivamente com muitos exageros, em que parece que foi dado mais importância às cenas de acção e aos efeitos especias. A ideia inicial era bem capaz de ser boa, associar ETs às caveiras de cristal têm o seu quê de interesse, mas é triste constatar no fim que parece uma história que foi construída à medida que as filmagens corriam. Ou por outras palavras, foi feita à martelada. Desilusão total.
Mau por mau, venha a Múmia novamente... Ao menos, essa não estraga as memórias boas de infância.

terça-feira, julho 22, 2008

E a propósito de ídolos...

...nunca é demais relembrar que o blog do David Byrne é das melhores coisinhas da internet. Por exemplo, lá pode-se ler sobre a obra que criou para a exposição que está neste momento no Reina Sofia. Basicamente é um robot que canta e eu estou cheio de ganinha de ir a Madrid ver isto.

No comments...yet!

Ainda é cedo para escrever com cabeça, tronco e membros sobre o concerto do Cohen.

quinta-feira, julho 17, 2008

O mestre Cohen chega no dia 19!!!



E a ansiedade cresce!!!

O meu segundo concerto de Spiritualized...

Há coisa de um ano atrás, estava a escrever sobre o primeiro concerto de uma das minhas bandas preferidas de sempre. Não pensei que os voltasse a ver tão depressa. Mas aconteceu. E há que agradecer por tal facto. Não foi melhor que o do ano passado. Mas é um concerto de Spiritualized e isso é mais que suficiente para dizer que é sempre o melhor concerto do momento. Foi bem diferente do ano anterior. As grandes diferenças foram ter sido um concerto com um alinhamento diferente e bem mais eléctrico. Como foi num festival – o Alive – também não houve tempo para um alinhamento perfeito, pelo que não tocaram mais do que 9 canções. Ao principio, muitos problemas na voz, não se conseguia ouvir a voz do Jason Pierce. Pânico! Mas durou pouco, felizmente. No entanto, a primeira canção foi completamente prejudicada. Mas depois compensou tudo. Seguiu para uma versão da Shine a Light que nos leva até às estrelas e depois atira-nos para baixo com o rock da Cheapster. Tocou ainda três canções novas do novo disco – Song in A&E – e culminou com uma sequência fantástica sem pausas da She kisssed me, Come Togeether e Take me to the other side. Esta última fez-me dar um um grito que ia me fodendo a garganta. Terminou com uns breves minutos de distorção, explosões e noise deixando água na boca para o que poderia ser um concerto em nome próprio.

Alinhamento:

'You Lie You Cheat'
'Shine A Light'
'Cheapster'
'Soul On Fire'
'Sweet Talk'
'Sitting On Fire'
'She Kissed Me (It Felt Like A Hit)'
'Come Together'
'Take me to the other side'

quinta-feira, julho 10, 2008

Oh happy day!!!!



(Eu depois conto como foi...)

quarta-feira, julho 09, 2008

A POET TO HIS BELOVED

I BRING you with reverent hands
The books of my numberless dreams,
White woman that passion has worn
As the tide wears the dove-grey sands,
And with heart more old than the horn
That is brimmed from the pale fire of time:
White woman with numberless dreams,
I bring you my passionate rhyme.


W.B. YEATS

quarta-feira, março 26, 2008

E o documentário sobre música mais desejado deste ano é...



O Indie Lisboa, que este ano tem uma programação bem interessante em termos de filmes musicais (Scott Walker, Joe Strummer, Joy Division, Lou Reed, o projecto da Rádio Fazuma e muitos outros, bem que podia ter dispensado uns cobres para passar este filme sobre o grande compositor que foi o Arthur Russell.

quarta-feira, março 19, 2008

Pronto, até daqui a três meses...

...ou não!

Não esquecer!


Dia 5 de Maio sai o novo Ep de Animal Collective. Já ouvi e gosto. Aqui, encontram uma pequena descrição.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Colaboração entre a Visionaire e a Mini

Uma verdadeira maravilha! A revista Visionaire lançou o seu número 53. Este número consiste em 5 vinis, picture discs com canções, experimentações de alguns dos melhores artistas da actualidade e ainda um Mini em miniatura que vem incorporado com uma agulha que permite ler os discos. Isto é ou não é espectacular?


Mais informações aqui.

O preço é que não é assim tão espectacular. Mas pronto, um objecto destes e com uma série tão limitada, não pode ser barato. Mas lá que é tentador, lá isso é.
Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com