domingo, outubro 31, 2004

José Agostinho Baptista

A noite
deita-se mais tarde, ao lado dos que não têm
nada,
nem amantes, nem amadas,
perseguidos por uma secreta ansiedade,
por uma dúvida:

quem é esta meretriz,
de quem é este corpo de mistério com os seus
anéis que brilham?
E a noite beija-os como veneno doce da sua
boca,
morde com os dentes brancos a carne que os
conduziu para o sono.
A noite não responde.


Um bocadinho do poema "A noite" do novo livro do poeta, "Esta voz é quase o vento". Poeta madeirense que eu desconhecia. Mas que este senhor, sem querer, fez o favor de me o apresentar. E em boa hora o fez.
Um aparte, que não é assim tão à parte. Já é a segunda vez que conheço um poeta madeirense através do Nuno. O outro foi José Tolentino Mendonça, do qual tenho dois livrinhos, que nunca se afastam de mim durante muito tempo. O que diga-se, não é para todos. E por isso, só posso agradecer. Obrigado.

Balança precisa-se

Ontem fiz uma torta... não, não, vou começar de novo. Ontem tentei fazer uma torta de maçã. A minha primeira torta. E espantem-se...não saiu "torta". Pelo menos, segundo as bocas que provaram, duas, três com a minha, a torta até saiu bem e está a ser altamente recomendada, que até já pensei em comercializar. Pronto, se calhar o melhor é descontar um bocadinho no que foi escrito atrás e deixar-se ficar pelo facto da torta ter saído bem. Adiante. A apresentação deixou um pouco a desejar, diga-se. Nunca tive muito jeito para acabamentos. E se calhar, exagerei um pouco na dose de açucar. O que me leva ao problema logístico da minha cozinha e ao motivo do título. A falta de uma balança. E a necessidade que ela (satis)faz na confecção de doces.
Nunca tinha pensado nisso. Na balança, subentenda-se. O facto de nunca ter feito doces ajudou bastante. Na cozinha do dia a dia não há medidas exactas. É tudo muito a olho e a gosto. Isso muda radicalmente no caso dos doces. As quantidades devem ser medidas. E bem medidas.
Desta vez tive que improvisar. O que talvez explique a torta ter saído apenas bem e não super deliciosa e de morrer. Espero da próxima vez que fizer uma tarte, o que será brevemente já que lhe tomei o gosto, já a minha cozinha esteja equipada com uma balança. É claro, como sempre aceitam-se contributos. A conta é a do costume. Obrigado.

Só porque me apetece escrever qualquer coisa e não tenho nada interessante para dizer...

Hoje acordei com um sorriso. O meu, no espelho do vestuário. Não é costume. Ainda para mais depois de uma bela noitada. Levantei-me e preparei um verdadeiro banquete para pequeno-almoço. Ovos mexidos, tostas, iogurtes, fruta variada, café e sumo de laranja. Como todos os pequeno-almoços deviam ser. Digo até mais, para ser completamente feliz, só faltava o bro... E depois sentei-me no sofá a ouvir o novo disco da Nancy Sinatra. Sabe bem pela manhã, ou melhor pelo fim da manhã, ouvir um disco de pop fresquinha e leve. Em particular, se tiver canções escritas por essa puta - no bom sentido, claro - de seu nome, Jarvis Cocker. E que escreve coisas assim...

He can have his space
He can take his time
He can kiss where the sun don't shine
Oh baby
Don't let him waste your time

quinta-feira, outubro 28, 2004

Hoje não foi um dia bom!

Não foi, não senhor. Estou constipado. Presenciei um assalto. Escrevi algo que não devia. Choveu. Magoei essa pessoa. E...estou há meia hora a tentar escrever isto e vou parar por aqui que não consigo escrever mais. Deixo-vos com esta sugestão musical. Numa boa discoteca perto de si.

terça-feira, outubro 26, 2004

Lá por ser boa pessoa, não tenho de ser sempre simpático!

segunda-feira, outubro 25, 2004

O ministro...

...Arnaut acabou de dizer no programa "Prós e Contras" que só moram 9 pessoas no Rossio. 9 PESSOAS!! Ouviram? Estou chocado.

O que leva um homem de 80 anos a matar-se?

Aconteceu hoje. Segundo a notícia, ainda estava vivo quando o levaram para o hospital. Mas esta é uma daquelas situações que me custa muito a entender. Uma pessoa mata-se por doença, por amor, por dinheiro, por honra e por maluquice. Mas nunca aos oitenta anos. A vida já lhe devia ter calejado contra todas estas situações. Digo eu. Mas se calhar estou enganado.

Consideração sobre os suícidios no metro

Tenho a impressão que se essas pessoas soubessem o trabalho e transtorno que causam às pessoas que ficam, pensavam duas vezes antes de se atirarem para a linha. Os metros param não sei durante quanto tempo e quem assiste deve ficar com o dia pior que estragado. Existem métodos muito menos exibicionistas e que não fazem tanta porcaria. Ou seja, matem-se, mas não me chateiem.

domingo, outubro 24, 2004

Grandes prazeres

Mas que delicioso bacalhau à lagareiro que eu comi hoje. E até foi eu quem fez. Um dia quando tiver com pachorra escrevo a receita. Hoje não me apetece. Desculpem lá.

sexta-feira, outubro 22, 2004

E é assim. Acontece!

Eu : Então, já acabaste de ler o livro?
Meu primo: Não, mas está quase. Faltam poucas páginas.
Eu : Já chegaste à parte em que o gajo morre?...ops, esquece...
Meu primo: Obrigadinho, pá!

Espero que ninguém se tenha rido...


...ou ainda correm o risco de serem fuzilados. Eu não queria estar na pele dos gajos que andaram a encerar o chão...

quinta-feira, outubro 21, 2004

Reparem no mar....


...está como eu gosto.

Ténis? Para calçar ou praticar?

Se há coisa que nunca me habituei foi a chamar ténis às sapatilhas. Em Lisboa, é um termo que se usa muito que nunca tentei perceber porque e por mais que eu tente usar, soa-me sempre mal. Sempre chamei sapatilhas. E de onde eu venho toda a gente sempre chamou sapatilhas. Nem o termo "chuteiras" usava-se. Nunca me habituei e não é agora que vou mudar. Para mim, ténis foi sempre o desporto, que diga-se só vale a pena assistir quando são gajas a jogar, e não calçado. Sapatilhas forever.

quarta-feira, outubro 20, 2004

Agenda: Lhasa, 6-12-2004, Aula Magna

Olha uma boa notícia. Não é, Sónia? Desta vez não perco.

The Magnetic Fields...

...hoje à noite, na Aula Magna. Vi-os à três anos atrás no CCB. Um dos mais bonitos concertos de canções a que assisti. Cravada na memória ficou a interpretação do "Papa was a rodeo" em cima do piano com um copo de vinho na mão. Lembras-te Vitor? Esse foi um dos pontos altos. Mas houve muitos mais. Vamos ver que nos surpresas nos traz desta vez Mr. Stephin Merrit e companhia. Estarei lá para presenciar.

Epitaph for My Heart
"Caution: to prevent electric shock
do not remove cover
No user-serviceable parts inside
Refer servicing to qualified
service personnel"

Let this be the epitaph for my heart
Cupid put too much poison in the dart
This is the epitaph for my heart
because it's gone, gone, gone
and life goes on and on and on
and death goes on, world without end
and you're not my friend
Who will mourn the passing of my heart
Will its little droppings climb the pop chart
Who'll take its ashes and, singing, fling
them from the top of the Brill Building
And life goes on, and dawn, and dawn
and death goes on, world without end
and you're not my friend

Stephin Merrit

Viva aos tempos modernos!

Ainda bem que vivo nestes tempos modernos. Há 100 anos atrás nunca teria podido arranjar o dente que tinha partido há uns tempos atrás. Agora a minha cramalheira está como nova. Quer dizer, quase como nova. O dente partido está um bocadinho mais transparente que os outros e corre o risco de partir e da próxima vez não há dentista que cole os bocados. Mas isso agora não importa. Pelo menos por agora.

domingo, outubro 17, 2004

Eleições regionais

Fui votar. Pela primeira vez desde que estou recenseado. Só agora tive oportunidade. Não vivo onde estou recenseado. Eu sei. Não é desculpa. Já podia ter mudado a área de residência do meu cartão de eleitor. Mas não quero. E ninguém tem nada a ver com isso. Quer dizer, até têm, mas eu não quero saber. Mas estava a dizer que tinha ido votar. E o que dizer mais? Votei, está votado. Votei segundo a minha consciência. Como penso que toda a gente diz que vota. Apesar de saber que todas as consciências são diferentes e muitas vezes incompatíveis. Mas o que estou para aqui a dizer? Nem percebo o que escrevi ali atrás. Bem, adiante. Aguardemos os resultados eleitorais. Apesar de ansiar por uma surpresa, não estou muito convencido disso.

The Triffids



Open for you

Now that you've gone away
So tired and full of pain
Do you remember the times?
Does it ever cross your mind?
How you had no key
But how the door was always open for you

Yes I left the door open for you
So you can walk through & through & through
And it will always be open for you

Well they've dug up the patch
And found the remains
They've taken them all away
The beads and the bones
Hidden beneath the old stone
Where we carved our names on the underside

Yes I left the door open for you
So you can walk through & through & through
And it will always be open for you

If you're back this way again
Don't feel any shame
Walk up my front path
There's no disgrace in that
Walk right up to the door
Cos it will always be open for you

Yes I left the door open for you
So you can walk through & through & through
And it will always be open for you

Jill Birt

Nada a dizer. O "Calenture" continua a ser um daqueles discos a que vale sempre a pena retornar. É um porto seguro.

...

Sim, na idade em que a maior parte das pessoas se encolhem o mais que podem, como que para se desculparem de continuarem presentes, Louis fazia com que o temessem e comportava-se como bem lhe dava na gana. Até a sua jovem esposa renunciara a forçá-lo a arriar a bandeira, valendo-se da cona, esse ás de trunfo das mulheres novas. Porque sabia o que ele faria caso ela negasse a entreabrir-lha. Mais, Louis, ia a ponto de lhe exigir que lhe facilitasse a tarefa, servindo-se de meios que ela considerava frequentemente exorbitantes. E ao mais pequeno sinal de revolta dela, ele ia ao lavadouro buscar a pá de bater e espancava-a até ela reconsiderar.

Samuel Beckett em Malone está a Morrer.

quinta-feira, outubro 14, 2004

Escadas, escadinhas

Olhe, sefaxavor, era um Carilato de Lulas à Indiana!!

(Foi o que comi hoje ao almoço. Quer eu, quer o empregado da tasca onde costumo almoçar, ficamos uns largos minutos a rir depois deste pedido. Percebe-se porquê, não?)

Inaugurar para quê?

Sempre ouvi dizer, que quando se inaugurava qualquer coisa, era sinal de que essa mesma obra ou o quer que seja estava pronta e preparada para ser utilizada. Pelos vistos, hoje em dia as coisas já não são assim. Tenho mesmo de comprar um dicionário novo. Ou então, sou eu que nunca soube interpretar o correcto significado da palavra. Isto tudo porque ontem o governo regional da Madeira foi inaugurar o novo Aquaparque e a certa altura, segundo o Diário de Noticias da região, o presidente do governo regional, o Dr. Alberto João Jardim, disse: "Jardim inaugura, mas não abre logo (o aqua)parque". Ora se não abre, porque é que inaugura? Bom, esta toda a gente sabe responder porquê. As eleições. Agora pergunto, esta palhaçada será mesmo necessária? Bem sei que as pessoas têm memória curta e há que mostrar obra feita e quanto mais próximo das eleições, melhor. Mas isto também é demais. É que não tem sido só este caso. Ao que consta muitas das inaugurações são feitas sem as obras estarem concluídas. Este caso é mais revoltante, pois é o próprio a assumir. E isto revolta-me. Vou votar.

Silliest death metal band names

1. Meshuggah
2. Cephalic Carnage
3. Intestine Baalism
4. Pungent Stench
5. Rotting Christ
6. Anal Blast
7. Bloodgasm
8. Coprofago
9. Corpsevomit
10. Nun Slaughter
11. Vociferation Ethernity
12. Cannibal Corpse
13. Ingurgigating Oblivion

Para o meu amigo João, que faz hoje anos. Meu caro, muitos parabéns, que contes muitos. E lembra-te sempre, o melhor ainda está para vir. Aquele abraço e até logo, até à hora da cervejinha da praxe.

terça-feira, outubro 12, 2004

Escadas, escadinhas...

segunda-feira, outubro 11, 2004

Para que serve uma gravata?

Para limpar a boca?
Para assoar-se?
Para pensar melhor?
Para tapar os botões da camisa?
Para levar para festas privadas para a stripper puxar?
Para servir de trela?
Para dar estilo?
Ou é só mesmo para dar um ar formal?

Ser ou não ser...socialmente correcto ao telemóvel?

Li no DN um artigo sobre o debate "Democracia e mediocracia" inserido no ciclo "30 anos do 25 de Abril" em que a linhas tantas dizia-se qualquer coisa assim:"Um exemplo actual é o facto de ter deixado de ser socialmente aceitável não responder a uma chamada, que fica registada". Ora, li isto e fiquei a pensar. Coisa rara. Mas acontece. Fiquei a pensar que sou um anti-social. Porque já fiz isto várias vezes. Ou mesmo pior, mas isso agora não interessa. Mas nunca pensei que não era socialmente aceite não responder a uma chamada perdida. Quando acontece eu telefonar a alguém e essa pessoa não atende, eu tento mais tarde. Tal como acontecia, quando o número não era identificado, como era o caso da rede fixa há uns anos atrás. Não fico á espera que me liguem. Para mais, porque o interesse é meu. E não da pessoa a quem ligo. E se faço assim, também espero que as pessoas compreendam, porque por vezes não ligo de volta. É claro, que na maior parte das vezes, ligo de volta, mas não estou a pensar no socialmente correcto. Ligo porque gosto da pessoa e porque tenho curiosidade em saber a razão de me ter ligado. É claro, tudo isto deixa de ser válido em termos profissionais. Nesses, nunca ligo de volta.

Rosebud...

Finalmente, descobri o que era. 28 anos e nunca tinha visto o "Citizen Kane". Vi esta noite. As minhas exigências cinematográficas subiram.

domingo, outubro 10, 2004

Categoria à parte

Melhor disco do ano de 1979 deste ano: The Libertines.

Melhores discos do ano esta semana

Actualização de um post antigo. Confesso, a minha vontade era colocar nesta lista o disco de estreia dos Suicide de 1977, que só descobri este ano. Mas vou me restringir apenas aos editados este ano.

!!! - Louden up now
Air - Talkie Walkie
A Naifa - Canções subterrâneas
Arthur Russell - Calling out of Context
Bjork - Medulla
Franz Ferdinand - Franz Ferdinand
Kings of Convenience - Riot on an empty street
Magnetic Fields - I
Morrissey - You are the quarry
Quinteto Tati - Exílio
Rodrigo Leão - Cinema
Sonic Youth - Sonic nurse
The Streets - A grand don't come for free

E ainda não ouvi com atenção os novos de Interpol, Walkmen, Radio 4, Elvis Costello, Tom Waits... Para não falar que o novo do mestre Cohen ainda não deu o seu ar de graça. A data de lançamento foi adiada. Para 26 de Outubro. Pelo que até ao fim do ano, muitos serão adicionados a esta lista. Espero, eu.

Let's talk about pop music...

É impressão minha ou o "First of the gang to die" de Morrissey traz à memória os Suede? A ponto de me enganar quando me perguntam de quem era a música que estava a tocar? Ou seria das...aham...cervejinhas que bebi? Não há de ser nada. Digo eu.

E agora...

...vou dormir. Se conseguir.

Guia da noite passada

-Jantar no Cabaças
-Copos no Bairro Alto
-Dançar no Tóquio
-Dançar no Incógnito
-Regressar a casa
-Escrever no blog

Pode parecer banal, para quem me conhece, mas foi muito bom. Pronto, admito, houve um excesso de Xutos & Pontapés no Tóquio, não foi Krithinas e Ademir?

Aviso

Nunca tentem se inscrever para a natação num Sábado à tarde na piscina da Cidade Universitária. Aquilo parece um hospital pediátrico. Está visto que não tenho paciência para crianças. Muito menos para a dos outros.

Minha avó...

...fez anos a noite passada. 75. No dia 9 de Outubro. E eu gosto muito dela. Muito mesmo. Muitos parabéns, avó.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Ten crappy albums everyone's heard

(and probably secretly owns)

01 To the Extreme - Vanilla Ice
02 An Innocent Man - Billy Joel
03 Cracked Rear View - Hootie & the Blowfish
04 Yourself or Someone Like You - Matchbox 20
05 Pieces of You - Jewel
06 Human Clay - Creed
07 Please Hammer Don't Hurt'Em - MC Hammer
08 The Wall - Pink Floyd
09 Greatest Hits - The Doors
10 Bat Out of Hell - Meat Loaf

Esta lista foi retirada da revista Spin de Maio. Eu sei que a revista já não é actual, mas a lista é. Se calhar, ainda era possível acrescentar mais uns. Mais uns ou mesmo muitos mais. Confesso, sou possuidor de 50% dos discos desta lista. E, pior, comprei conscientemente. Mas alguma coisa já aprendi. Pelo menos, consegui evitar, no fim de semana passado, que minha mãe comprasse aquela aberração que está agora na moda, a dos romenos.

(Por quem) não esquecer!

Dia 26 de Novembro, pelas 22 horas, no Fórum Lisboa, senhoras e senhores, os Sétima Legião. Uma das melhores bandas portuguesas de sempre volta para nos abençoar, a nós meros mortais, com um concerto único, que sem dúvida será memorável. Oportunidades destas não surgem todos os dias. E eu não aviso mais.

Esgaramantear uma laustríbia

É mais uma rica expressão da lingua portuguesa. Li numa crónica deliciosa de Alexandre O'Neil sobre os solitários. Creio mesmo que se chamava "Solitário". Ou seria "Solidão"? Esta memória já não é de confiança, mas ao menos fixei a expressão. E perguntam-me vocês, o que raio quer isto dizer? É claro que não vou dizer, mas se estiverem a pensar no mesmo que eu e fizerem a associação com solitários e solidão, podem bem ter a certeza de que é mesmo isso que estão a pensar.

Acabou-se a missa de Domingo à noite!

Gostava-se ou não, o prof. Marcelo aos Domingos tinha o mérito de ao menos pôr-nos a pensar sobre os temas da actualidade, com o seu resumo da semana política. Para quem, como eu, nunca se interessou muito pela vida política do país, o homem até conseguia fazer despertar-me algum interesse. Com a sua maneira e vontade de esclarecer os assuntos. E isso era bom. Mas, pronto, tudo acaba. Agora não esperava que fosse desta maneira. Podem vir dizer o que quiserem, e negar o que quiserem, e mesmo que não seja verdade, o que ficará guardado na memória dos portugueses é que calaram o prof. Marcelo pelo que ele disse ou poderia vir a dizer. E isso, definitivamente, não vai ser coisa nada fácil de (di)gerir por este governo. Pelo menos durante algum tempo.

quarta-feira, outubro 06, 2004

Depois de tanta letra...


(sem título)

Receitas da avó - Pão caseiro

Retomando o que comecei aqui e continuei por aqui, aqui vai mais uma das receitas da minha avó. Desta vez uma receita de pão. Uma das coisas que recordo com maior carinho da minha infância, eram os Domingos de manhã, quando acordava - e não tinha de ir para a catequese - e sentia um bafo vindo da cozinha com um cheirinho a pão acabado de fazer. Hoje em dia é das coisas que me faz mais falta quando estou em Lisboa. Isso e o picadinho de carne, também ao Domingo de manhã. O que vale é que todos os meses tenho a possibilidade de voltar à Madeira e reviver esses bons tempos, com excepção do picadinho. Enfim, tradições que se vão perdendo.
De tanto ver minha avó fazer pão, acabei aprendendo. É esse fruto da observação que vou registar aqui. Nunca fiz. Mas estou tentado a isso. E este escrito é apenas um primeiro passo para pôr todos os procedimentos em ordem. O passo seguinte será fazer mesmo com as orientações de minha avó. E só depois disso fazer uma tentativa completamente sem rede.
É muito fácil fazer pão, pelo menos parece. Os ingredientes são poucos e não exige muita técnica. O que exige é força. Força para amassar a massa. Para um bom pão caseiro, deve-se ter farinha de trigo, batata doce, fermento, água morna e sal. Primeiro de tudo, deve-se cozer a batata doce. Cozê-la com casca até ficar bem cozida. Depois, retiram-se as cascas e esmigalha-se bem num recipiente bem largo. E começa-se a amassar, juntando aos poucos a farinha. À medida que vamos amassando, e a farinha e as batatas vão se misturando, podemos ir adicionando o fermento. Minha avó recomenda e eu aconselho a seguir fielmente estes conselhos, a juntar dois pacotes de fermento para pão, para dois quilos de farinha e um de batata doce. E, continua-se a amassar, mas agora adicionando água morna com sal. E amassa-se bem. Amssa-se muito. Até ficar no ponto. O ficar no ponto, neste caso, quer dizer, que a massa deve ser uma , una e pegajosa. Quanto mais pegajosa, melhor. Quando a massa estiver nesta fase, deve-se deixar a massa levedar. Mas antes de deixá-la a levedar deve-se fazer uma cruz por cima da massa. Sempre pensei que esta cruz fosse uma questão de fé, mas descobri há bem pouco tempo que não é. É mesmo para ver o quanto a massa levedou. Como, ainda não percebi, mas depois actualizo isto quando for à Madeira. Passando ao levedar, propriamente dito, este consiste em deixar a massa repousar, para o fermento começar a actuar. Uma hora é suficiente para tal. Após a levedação, chegou a hora de levar a massa a cozer. Divide-se a massa em pães mais pequenos. E leva-se ao forno. Pelo menos uma meia hora. Após esta meia hora, dar uma olhadela e verificar se o pão está cozido. A partir de agora é um processo iterativo. Se não estiver, deixa-se mais um bocadinho a cozer. Se o pão estiver cozido, é tirar, deixar arrefecer um bocadinho, barrar com muita manteiga e comer. E repetir. Outra e outra vez. Fácil, não é?

As máquinas têm sempre razão, sim senhor!

As passagens ou torniquetes do metro até funcionam bem. Os problemas que por vezes acontecem são, na maior parte das vezes, culpa das pessoas. Que são distraídas, teimosas, impacientes e muito mal educadas. Hoje por exemplo, vi duas pessoas ficarem espremidas numa daquelas passagens mais largas. Daquelas em que é possível passar quer para um lado quer para outro. Parece cómico. E até é, para quem está de fora a observar, claro. Acredito que para quem leva com a porta não deve ser nada agradável e muito menos engraçado. Nisto das coisas que têm piada, a teoria da relatividade continua a ser válida. Tudo depende do ponto de vista. Mas a culpa é somente dessas duas pessoas. Uma delas devia ter dado prioridade. Qual, não sei. Sendo duas senhoras, talvez a mais nova devia ter cedido. Mas não, quiseram passar as duas. Ora, sabendo como funcionam as portas, era de esperar que ficassem entaladas, pois assim que um dos detectores, situados logo a seguir à porta - em ambos os sentidos - detecta a passagem de alguma coisa, nos instantes seguintes a porta é fechada. O que deve ter acontecido é que uma das pessoas passou o passe, activando o detector de passagem do outro lado e abrindo a porta. A outra pessoa que se encontrava do outro lado, vê a porta aberta e decide avançar. O sensor detecta a passagem desta, como se fosse a pessoa que tinha apresentado o passe e manda fechar a porta. Resultado, encontraram-se todos a meio, a primeira pessoa, a do passe, a segunda, que avançou quando devia ter ficado quieta e a porta que se fechou, esmagando-as. A culpa, nitidamente, é da pressa das pessoas. Pressa esta que degenera em maus comportamentos sociais. Como foi este o caso. Não é grave, mas se estivermos com alguma paciência, coisa que hoje até tenho, mas não vos vou maçar com isso, e formos analisar isto bem, provavelmente chegamos à conclusão, que são comportamentos destes que põe em risco a vida de milhares de pessoas na estrada, todos os dias. Mas isso são outras histórias. O meu conselho, tenham cuidado, esperem e deixem passar. Mais vale perder quatro ou cinco segundos, do que levar com uma porta no focinho. Ou pior.

Ou mudas ou assumes-te, pá!!

Hoje ao passar por um quiosque de revistas, reparo no seguinte título de uma primeira página de um jornal, do qual não me lembro o nome, mas penso ser o 24 Horas, "José Castelo Branco jura que não é gay". Se não era assim, era coisa parecida. Ora, isto chateia-me. Ao jurar uma coisa destas, aquela pessoa está a ofender as duas - nem sei bem como hei-de chamar, talvez - classes masculinas em termos de orientação sexual, os hetero e os homo. Por um lado, toda a panilhada, por estar a usar todos os seus tiques e manias, e depois não se assume. Por outro lado, um homem que anda daquela maneira e diz-se heterosexual, só pode estar a gozar com a malta. É que não se consegue compreender. Ou muda ou assume-se. Continuar assim é que não. Não dá!

segunda-feira, outubro 04, 2004

Coisas que me irritam...

Querem estragar-me um dia? Não é preciso muito. Basta ligar a televisão pela manhã. É o suficiente para ficar chateado. Não gosto nada de ver a televisão ligada logo pela manhã. Um gajo mal acorda e já nos invadem a casa com notícias, publicidade e outros programas de que não me quero nem lembrar. Longe vão os tempos, em que a televisão só começava de tarde. E começava bem, com desenhos animados. Agora nem sei se as televisões públicas ainda passam desenhos animados. Se assim for, é pena. Mas voltando ao meu, não chamarei ódio, palavra esta muito forte, mas sim catalisador da má disposição de ínicio de dia, penso que este tem a ver com o facto de durante muitos anos o acto de ver televisão ser a última coisa a fazer antes de dormir. Pelo que, ver televisão representava para mim o fim do dia. Sensação essa que ainda perdura até hoje. E convenhamos, começar assim o dia, com a sensação de dia acabado, sem ter feito o que quer que seja, deixa-me realmente irritado. Depois passa.

Atestados de boa saúde

Dois mil e tal atestados médicos que os professores tinham metido a propósito das colocações foram retirados pelos próprios professores. Das duas, uma. Ou melhoraram a sua condição de saúde, o que me alegra muito, pois não gosto de ver ninguém doente, para além de me restituir a esperança no nossos serviços de saúde. Ou então, os atestados eram falsos. Ou seja, não correspondiam ao estado de saúde daquelas pessoas. Coisa do qual recuso-me a acreditar, diga-se. Longe de mim, estar a querer duvidar da integridade, quer dos médicos que passaram os atestados, quer das pessoas que os apresentaram. Nem acredito que me lembrei desta hipótese. Considerando, que não existem milagres, pelo menos hoje em dia, deve haver uma terceira alternativa, mas, caraças, não me consigo lembrar...

Dias de ponte

Isto de vir trabalhar nos dias de ponte é desolador. Começa logo quando uma pessoa põe o pé fora de casa e repara que a rua está deserta. Não se vê praticamente ninguém, a não ser uns pobres coitados que como eu, dirigem-se para o trabalho. Depois, chego ao trabalho e é outra pancada. A sala está praticamente vazia. Duas ou três pessoas a trabalhar e apenas para manterem os serviços mínimos. Ou seja, pouco se faz. E se tiver que se fazer, é contrariado que se faz. Porque o que realmente apetecia era estar a fazer a ponte como os outros.

Lomisses II

domingo, outubro 03, 2004

Lomisses I

Uma consideraçãozita sobre a noite de Sábado passado.

Obrigado, meninos e meninas. Gostei muito de vos ter comigo.

Um cemitério na cidade!

Piloto Automático

Quando soa a meia noite
Começo a capotar
Há um monstro dentro de mim
Que eu procuro envenenar

Rezo a baco uma oração
Sinto o fígado a explodir
Em cada gole uma opção
Um desejo de virar

Com: Whisky puro
Sangria
Vinho maduro
Xerez d'Andaluzia Vodka-Vodka
Bagaceira
Gin Vómito
Seco Madeira

Ligo o piloto automático
No programa esquecer
Dissolvido num luar
Até ao amanhecer

Letra: Rui Reininho

Longe vão os tempos em que esta canção servia de banda sonora a muitas festas. Até já nem me lembrava dela. Uma falha minha. Foi bom voltar a recordar. A canção continua fresca e actual.

sexta-feira, outubro 01, 2004

Deus espreita!

Boccia, what??

Ganhamos uma medalha de ouro na modalidade de boccia nos Paraolímpicos. Mais, já em Atlanta e parece-me que em Sidney também, já tinhamos ganho medalhas de ouro nesta mesma modalidade. Só que até agora ainda ninguém soube dizer-me que raio de modalidade é a boccia. E como não tenho visto televisão, não vi as provas dos nossos atletas. Em resumo, sei que os portugueses são bons na boccia, não sei é do que é que se trata. E como eu, já reparei que anda muita gente na ignorância também. Ou se calhar tive azar com as pessoas com quem falei. Muitos até nem sabiam que tínhamos ganho quaisquer medalhas de ouro. Mas, adiante. Isso são outras contas. E, já agora, boccia, alguém sabe o que é? Joga-se com bola? Ou com outra coisa qualquer?

P.S.:Podia ir investigar na Internet, mas assim sempre tenho qualquer coisa para escrever aqui.
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